quarta-feira, 21 de agosto de 2013

ANSEIOS


Meu doido coração aonde vais,

No teu imenso anseio de liberdade?

Toma cautela com a realidade;

Meu pobre coração olha cais!

Deixa-te estar quietinho! Não amais

A doce quietação da soledade?

Tuas lindas quimeras irreais

Não valem o prazer duma saudade!

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!...

Ai, vê lá bem, ó doido coração,

Não te deslumbre o brilho do luar!

Não estendas tuas asas para o longe...

Deixa-te estar quietinho, triste monge,

Na paz da tua cela, a soluçar!...


Fonte do texto: do Livro "A Mensageira das Violetas" de Florbela Espanca
Fonte da imagem: google

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